Fui ao bosque das aveleiras,
Pois a mente consumia-se num fogo bravio;
Cortei e preparei uma vara de aveleira
E atei uma baga a um fio.
E enquanto as mariposas brancas esvoaçavam,
E outras piscavam como estrela afogueada,
Mergulhei a baga nas águas do ribeiro
E pesquei uma pequena truta prateada.

Quando perto de mim no chão a depus,
A fogueira soprei e o fogo se atiçou;
Então algo restolhou, ou assim supus,
Alguém por meu nome chamou:
Fez-se a truta numa rapariga cintilante,
Disse o meu nome e logo correu;
Tinha no cabelo flores de macieira,
E, brilhando, no ar de pronto se desvaneceu.

Embora esteja velho de vaguear
Por terras acidentadas e sozinhas,
Descobrirei qual foi o seu destino,
Seus lábios beijarei e as mãos tomarei nas minhas;
Caminharemos pelas altas ervas
E colheremos, até o Tempo se extinguir no fole,
As prateadas maçãs da lua,
As doiradas maçãs do sol.

 

Aquelas imagens

William Butler Yeats

E se eu mandasse que deixásseis

A caverna da mente?

Há na luz do sol e no vento

Exercício mais conveniente.

A Moscou ou a Roma

Nunca vos mandei viajar,

Renunciai a esta maçada,

Chamai as Musas para o lar.

Procurai aquelas imagens

Que constituem a terra bruta,

O leão e a virgem,

A criança e a prostituta.

Uma águia voando

Achai no meio do ar,

Reconhecei as cinco

Que fazem as musas cantar.